sexta-feira, setembro 17, 2010

Pode viciar, mas não dá câncer

A discussão sobre o cigarro eletrônico: é droga sintética ou a solução para quem não consegue largar o fumo.

Muitos fumantes nos Estados Unidos substituíram o tabaco por uma novidade inventada há cinco anos na China - o cigarro eletrônico. Ao contrário do cigarro convencional, ele não é feito de tabaco. Embora contenha nicotina, que, segundo os médicos, pode causar dependência tão forte quanto a cocaína, não tem as substâncias cancerígenas do cigarro comum, como o alcatrão e os derivados do benzeno. Com essas características, para muita gente que não consegue largar o hábito das tragadas diárias, o cigarro eletrônico representa a possibilidade de, pelo menos, fumar sem se contaminar com substâncias altamente tóxicas. Há também quem veja no substituto do cigarro comum um instrumento para abandonar aos poucos o hábito de fumar. Ocorre que o FDA, o órgão do governo americano encarregado de controlar os medicamentos, proíbe a produção e a venda do cigarro eletrônico por classificá-lo na categoria das drogas químicas, da mesma forma que os chicletes e os adesivos de nicotina. Para considerar a liberação, o órgão exige que o produto se submeta aos mesmos procedimentos por que passa qualquer novo remédio - uma série exaustiva de testes de laboratório para determinar de forma precisa seus efeitos no organismo humano. A mesma posição tem a Anvisa, que há um ano proibiu a venda de cigarros eletrônicos no país.
Nos Estados Unidos, criou-se, dessa forma, um impasse. As cerca de 300 companhias americanas que importam os cigarros eletrônicos da China são pequenas. Elas alegam não possuir capital suficiente para bancar os caríssimos testes de laboratório exigidos pelo FDA. O órgão parece ser uma voz solitária. Diversas associações médicas dos Estados Unidos, como a Associação Americana de Médicos da Saúde Pública, avaliam o cigarro eletrônico como um dos produtos mais eficazes criados até hoje para combater o tabagismo. Eles baseiam sua opinião numa infinidade de depoimentos de ex-fumantes que relataram só ter conseguido largar o vício após um tempo usando os cigarros eletrônicos. O National Vapers Club, grupo de Nova York que defende sua liberação, calcula que haja hoje nos Estados Unidos 1 milhão de fumantes de cigarros eletrônicos. Para o FDA, o produtos não induz a largar o vício do cigarro - ao contrário, estimula mais pessoas a fumar.
O cigarro eletrônico é um cilindro de metal que abriga uma pequena bateria e um reservatório. Para fumar, enche-se o reservatório com uma mistura de água, nicotina, aromatizantes e propilenoglicol, substância química usada em alimentos que é o segredo dos coquetéis moderninhos que soltam fumaça. Quando se suga a ponta do cilindro, o líquido se transforma em vapor pela ação de um vaporizador movido pela bateria. O vapor, então, é inalado. Para usar novamente o cigarro, é preciso reabastecer o reservatório com um refil, vendido separadamente.

Carolina Melo
Revista Veja, 1 de Setembro de 2010.



Nicotina, sim; alcatrão, não.
O cigarro eletrônico é um cilindro de metal que abriga uma pequena bateria e um reservatório.

A fumaça inalada é basicamente vapor formado pela água colocada no reservatório.

À água se mistura nicotina, a substância do cigarro convencional que vicia, mas não é cancerígena como o alcatrão e outros ingredientes do tabaco.

5 comentários:

Anônimo disse...

Porque proibir um que faz menos mal à saúde, enquanto o cigarro comum é comercializado livremente? Falta de respeito para com os fumanates passivos e contra os fumantes que querem uma alternativa melhor . A Anvisa que proibiu a venda de tamiflus e distribuia depois medicamentos vencidos!Anvisa proíbe o cigarro eletrônico, afinal vale mais o lobby das industrias de cigarros.

Anônimo disse...

Acho que a questão não é mais a saúde do povo brasileiro.
Eles não liberam tal aparelho pois isto seria o suficiente para derrubar o preço de ações das industrias de cigarros. Visto que é mais econômico e saudável fumar cigarros de vapor ao invés de queimar seus pulmões e entupir suas veias com alcatrão.
Sou fumante e DÚVIDO que este "vapor" seja mais tóxico que a fumaça do cigarro comum.
Os tempos mudam. Um estudo a fundo poderia levar a um aperfeiçoamento desta tecnologia e assim a redução do câncer e doenças. Mas o dinheiro fala mais alto né...
belo país...

Ronaldo disse...

A Anvisa proibiu o cigarro eletrônico alegando que o produto possui elementos tóxicos, mas a mesma anvisa permite a livre comercialização do cigarro comum, que comprovadamente possue mais de 4500 substâncias tóxicas e prejudiciais à saúde, não é por menos, a anvisa é do governo, o governo ganha 75% do valor dos cigarros, alguém dividaria que o governo iria barrar esta novidade muito menos prejudicial à saúde? na verdade meus caros, o governo não está preocupado com os cidadãos, o governo apenas se preocupa com poder e dinheiro! infelizmente num país lindo como o Brasil, sempre tivemos péssimos governantes, sem exceção, todos foram péssimos, cada um correndo atrás do seu!

Zé Marcos - operário do riso disse...

Não deixe o cigarro tragar você. fumei durante 29 anos e há 6 abandonei definitivamente este terrivel vício. Quer saber como? Eu tenho a receita. Entre em contato comigo para saber como:zemarcos_alegria@hotmail.com Centenas de pessoas que adquiriram minha receita também ficaram livres.

Blogger disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.