WASHINGTON (AFP) — A imagem do soldado americano distribuindo cigarro poderá vir a fazer parte do passado, se confirmadas as intenções do Exército dos Estados Unidos de eliminar por completo o uso do tabaco entre suas tropas.
O Departamento de Defesa e o de Ex-Combatentes encomendaram um estudo ao Instituto americano de Medicina (IOM) que revela imagem sombria do uso do fumo por parte das tropas americanas.
Os soldados fumam muito mais do que a média da população; e as guerras do Iraque e do Afeganistão relançaram o consumo.
Em 2005, segundo as últimas cifras, um terço (32%) do pessoal militar fumava, contra um quinto (20%) da população americana. Os que estão em campo têm duas vezes mais probabilidades de fumar do que os demais soldados.
Os fuzileiros navais do Corpo de Marines são os que mais fumam (35,7%), seguidos por combatentes do Exército (37,3%) e civis do Departamento de Defesa (28,9%). É na Força Aérea que se fuma menos (23,2%).
Mas proibir o cigarro no Exército não é tarefa fácil, já que este hábito está associado à cultura militar, diz o informe. "O ato de fumar passa a imagem de um soldado destemido", diz o documento.
O vínculo entre cigarro e tensão nervosa é destacado pelos soldados: 25,4% dizem que fumam "para aliviar o estresse", para "relaxar e acalmar" (26,2%) e para "matar o tédio" (22,2%).
Além disso, "o tabaco é legal, fácil de adquirir, altamente viciante e muito promovido pelos fabricantes", destaca o estudo. Ainda por cima, nas bases militares, os maços de cigarro são mais baratos.
Em termos de custo, o impacto do fumo para o Exército "é enorme", diz o informe, precisando que em 2006 os Serviços Militares Médicos (MHS) gastaram 564 milhões de dólares para tratar fumantes.
Fisicamente, o soldado fumante tem pior desempenho, assegura o estudo, citando a visão que piora, sobretudo à noite, perda prematura da audição e mais riscos de sofrer um acidente ao conduzir um veículo.
AFP
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